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quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Ao Amor








O amor que vive de si mesmo
e da pessoa que amo ,

não de cultivo alheio ou de presença.

Nada exige nem pede.
Nada espera,
mas do
destino vão nega a sentença.

O amor tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.
Se em toda parte o tempo
desmorona
aquilo que foi grande
e deslumbrante,
a grande amor,
porém, nunca fenece
e a cada dia
surge mais amante.
Mais ardente,
mas rico de esperança.
Mais triste?
Claro Não! Ele venceu a dor,

e resplandece no seu canto
obscuro para brilhar sempre,

tanto mais velho
quanto mais amor.
mais estamos aprendendo a ser felizes!


Carlos Drummont de Andrade





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